Flip 2007

Esta foi minha segunda vez na Flip... eu gosto muito. Mas uma das condições para vc se divertir na Flip é estar no espírito dela ou entrar no seu espírito e entender que o Festival está acontecendo na cidade. Paraty estava lotada... lotada... como eu nunca vi... acho que ninguém nunca viu a cidade tão cheia. O que é louvável porque se trata de um festival de literatura... assunto que as pessoas insistem em dizer que não interessa ao brasileiro. É a mais pura mentira. Cada um vê a Flip também do seu jeito... é impossível assitir a todas as palestras... mas desta vez eu assisti batante coisa... Meu cérebro quase derreteu. Segundo um ditado judeu você só pode dizer que realmente ama uma pessoa depois de viajar com ela, eu posso dizer que amo muito a Lara... a gente teve os mais diferentes momentos nesta viagem, dos mais felizes aos mais sofredores. Chegamos na quinta, quando Paraty estava vazia, só com as pessoas do festival.. comemos num restaruante argentino sensacional, tomamos vinho e depois disto a gente enfiou o pé na jaca, benbendo outras coisas em outros bares... tipo cachaça, cerveja, mais fuck wine... E eu não percebi os encantos de um jovem soverteiro italiano... sou uma anta. Na sexta-feira, destruídas... fomos para a Flip... assistimos três palestras seguidas: as da tarde e da noite. Mais uma vez um jantar de rainhas com direito a carpaccio de lula, risoto de funghi secci, o the fuck wine e as ilustres presenças de Iatã Canabrava e Renatinha. Uma conversa deliciosa sobre Pajeros, Zona Norte, Culpa, os cristãos, um bom vinho português e as soluções que jovens senhoras e jovens senhores dão para tudo isto. Aprendi com a Lara a arte de escolher vinho pela coluna da direita levando em consideração o terroir e a nacionalidade do mesmo... Festa descolada em Paraty para poucos e só entramos graças a influência sempre precisa de Iatã. O Dj que tocou na festa era muito legal, acho que chamava Dodo Azevedo...ele não dançava, só ria. Até o DJ estava lançando um livro... Sou apaixonada pelo escritor português Agualusa... o rei das mulheres e de longe o mais simpático de todos... Ele é um gato...ehehehe No dia seguinte a primeira e mais legal das palestras acontecia as 10 da manhã... foi um esforço heróico acordar a tempo. Conseguimos... Depois, eu e Lara andamos não sei quantas horas atrás de um café da manhã... que em Paraty só acontece depois das dez. Nelson Mota e a gravação de Arnaldo Jabor deixaram Nelson Rodrigues muito divertido. Depois a palestra com o escritor e também jornalista Robert Fisk sobre a Guerra. Até agora não sei bem o que falar sobre isto. Foi tocante e impressionante. De longe o mais divertido foi a peça O Beijo. Lida por autores... Jorge Mautner no papel do delegado e Nelson Mota no papel de Arandir, Sergio Santana no papel do jornalista sem escrúpulos Amado Ribeiro... Bom, um banho para a alma... cansa um pouco. Eu e Lara fomos as rainhas do sem-noção... conseguimos nos perder até onde não podia e andamos muito... Como sempre fiz muitos amigos, conheci muitas pessoas. Se Deus quiser, o ano que vem vou de novo. O escritor mais simpático de todos foi o moçambicano Mia Couto, quero comprar o livro dele, Terra Sonâmbula. O mais chato sem sombra de dúvidas foi o prêmio nobel J.M.Cotezee... não gostei. Amós Oz foi sensacional!! Assim como a palestra com os dois "mero roteiristas" Dennis Lehane, que escreveu o livro e não o roteiro de "Sobre meninos e Lobos" e o mexicano, com ódio no coração Guilhermo Arriaga de Amores Brutos e Babel. Tô muito feliz e orgulhosa da minha pessoa de ter ido. Sobre as questões literárias discutidas no festival vou escrever para o site da Associação dos Roteiristas, deve ser publicado em breve. Assim que for eu dou um toque aqui no blog. Existem muitas bolhas no meu pé...

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