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Mostrando postagens de 2012

Ainda aqui

Não escrevo quase neste blog... o que já sabemos é um abandono virtual, mas contra o qual não posso fazer nada. Num mundo de cento e poucos caracteres parece que fica estranho escrever longos textos... e pior parece que você não pensa mais em logos textos e sim em pequenas frases. Haikais cotidianos, que vão pincelando aqui e ali o resumo dos seus dias e também dos seus amigos... A vida virtual, desde quando mantenho este blog mudou na velocidade da luz e sabe Deus para que lado ela vai... A cada novo dia o jeito de usar a internet se altera... e agora estamos esperando o que virá depois do Facebook... enquanto isto, aqui na sala de justiça, o que tenho para dizer em minha defesa é que tenho apego a este pequeno ponto de bit (pleonasmo??) virtual... é o meu pedaço de terra... não quero abandoná-lo. Descarto os ensinamentos budistas e dos mais elevados espirituais, que se não está sendo usado devemos jogar fora... não vou. Gosto de saber que tem um lugar no mundo que de verdade quem man

Não é preciso despertador em São Paulo

São Paulo sempre foi uma cidade de crescimento e mudanças. Faz parte da sua essência. Isto não quer dizer que estas coisas aconteçam de maneira pensada ou respeitando o mínimo do bom gosto e de algumas leis do urbanismo. É uma cidade desordenada que cresce para todos os lados, sem controle. A exploração imobiliária está destruindo o pouco que a cidade tinha da sua história. O meu bairro por exemplo, um bairro tradicional da  zona norte de São Paulo, está virando um canteiro de obras. Antigas casas dão lugar a imensos condomínios onde o futuro está escrito em números: quatro salas, quatro quartos, quatro banheiros, trezentas vagas de garagens, não sei quanto de área útil. O que antes era um pacato bairro residencial, agora é um estacionamento de caminhões betoneiras que funcionam das sete da manhã em ponto até as cinco da tarde. Mesmo porque se passar desta hora começa a gritaria nas janelas mandando a obra parar, avisando que vão chamar a polícia... Cinco da tarde é o mínimo da tolerân

Tem um silêncio comigo...

O grande problema dos amores platônicos é que eles são profundos silêncios. É o instante em que a sua respiração para diante da pessoa amada e não pode ir além do bom comportamento e da contenção. Nem adianta falar sobre ser mais ousado, arricar... O tipo de platonismo que falo é do tipo fato. Não é uma suposição... É triste. Você não tem com quem dividir isto. Nem com vc mesmo. Além do sentimento ardente de realizar, que vem dos detalhes como a mão, a boca, o cabelo, o jeito de falar e ser, enfim todos os ingredientes desta coisa chamada amor, existe também o desejo mais do que ardente de esquecer isto. De fazer de conta que não é nada. E é assim que os silêncios vão se aculumando no seu pensamento e principalmente no seu coração... Como uma questão de sobrevivência você passa a preencher este vazio com que lhe resta: a música. E existe música para caralho (desculpe) o palavrão. Assim de estilo em estilo, com fone de ouvido, para ninguém nem sonhar com o que você está ouvindo, você v

Puff... se foi

No fim do ano fui surpreendida pela notícia da morte do jornalista Daniel Pizza. Eu fiquei bem triste. Ele morreu aos 41 anos, jovem e com muita coisa pra fazer. Morreu de um AVC. Vai saber se esta era a hora dele ou não. Esta resposta a gente nunca terá. Mas estas saídas repentinas deixam na gente aquela sensação de a qualquer momento pode ser você. E aí? O que falta ainda pra fazer? Daniel publicou 17 livros, escrevia no Estadão, falava no rádio... Pensando que o Ruy Castro lançou o seu primeiro livro aos 41 e o Woody Allen começou as 37 anos... assim como tantas outras pessoas, ele estava só começando. É difícil deixar de pensar nisto. No que mais poderia vir pela frente que foi abrevidado pela certeza constante da vida, que é a morte? Este clichê perverso que está sempre ao nosso lado, mesmo que a gente ache que este dia vai demorar a chegar... Assim toda a preocupação, toda a tristeza, toda a agonia, e ansiedade e depressão, e raiva e magooa... todas estas coisas também vão embora

A tradicional mudança

Todo ano, faça chuva ou faça sol, eu mudo a cara do blog... pus aí uns passarinhos... Gostei da simplicidade. Queria tirar estes anúncios do blog... mas me parece que se eu fizer isto serei atacada cibernéticamente e minha vida virtual corre o risco de sumir... Eu também não sei fazer isto. Já tentei... me falaram para mudar de endereço. Eh... putz dá um trampo fazer isto sabia... Aliás dá um trampo ter o blog... Sei que vc vai dizer que não escrevo nada aqui nunca... eh verdade. Não queria tocar neste assunto velho de novo... mas fazer o quê? Se serve de consolo é como carregar uma terrível culpa... vc sabe que deveria entrar... fazer qualquer coisa... mas deixa pra lá... conheço um monte de gente que é assim formamos os expatriados da blogosfera... Aqueles cidadãos que um dia serviram a esta terra distante e agora preferiram ir cantar em outra freguesia, como o Facebook... Mas a mudança de começo de ano não deixo passar. Gosto de pensar que sou um ponto perdido na nuvem internética.