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Mostrando postagens de 2015

A sagrada família

Aconteceu que depois de quatro anos, Soraia, que é bióloga, tinha conseguido finalmente entregar a sua tese de doutorado. Não tinha sido fácil principalmente quando precisou adaptar o tema, para as exigências do laboratório de estudos do genoma humano. Ninguém entendia muito bem o que a Soraia fazia. Só que era uma coisa difícil. Naquele dia, Marte, seu regente estava no alto do céu e Vênus em harmonia com Saturno, faziam tudo ter um ar auspicioso, como falou quando ligou para a sua esposa, a Marcela. Elas combinaram de mais tarde encontrar os amigos para uma cerveja e quem sabe aproveitar para ficarem mais próximas. Não estavam bem. A analista financeira, a Marcela, trabalhava muito. E justo naquele dia, Vênus e Saturno se desentenderam para ela. Apareceu uma diferença nas contas do banco onde trabalhava e ela não podia arredar o pé dali, até descobrir onde estava o dinheiro. Soraia ficou brava. De novo a mesma história. Tomou uma cerveja belga a mais, com 18% por cento de álcool. Pr

Cúmplices

(Ficção. Algumas semelhanças com a realidade, mas bem poucas. Identidades preservadas pela própria dignidade da pessoa) Domingo, perto da meia-noite recebo uma mensagem da distante Inglaterra no celular: “está vendo o Sportv? Campeonato Mundial de Patinação Artística”. Sem lembrar da entediante segunda-feira que se aproxima, pulo da cama desesperada e só consigo pensar no que perdi. Rapidamente, pelo celular, da distante Inglaterra, da terra onde as pessoas fazem mestrado, recebo as atualizações das últimas apresentações, com detalhes nas notas... E aí então entro no reconforte mundo dos saltos-e-piruetas-com-babados-no-gelo. Feliz é aquele que tem uma amiga para dividir o amor pela patinação. Mais feliz ainda é quem tem um amiga para compartilhar suas impressões sobre outro derivado dos pulos-com-fru-fru: filmes de patinação. Afinal são poucas as pessoas no mundo que vão soltar um suspiro ao ouvir: “Um casal quase perfeito”. Clássico... até hoje insuperável...(Disney, me desculpe m

Reply na caixa de spam

Caro Zig, sei que a gente já se conhece há algum tempo. Estou acostumada a receber suas mensagens quase todo dia. Sinto que nossa relação tem um “lance”, mas eu não sei se ela é sólida o suficiente para que a gente comece a partilhar as nossas finanças. Tenho muitas dúvidas... Por isso ainda não decidi te mandar meus dados bancários e as minhas senhas. Sei que você já se irritou profundamente com a minha negativa e já tentou pegar na marra. Mas acho que deve ter passado, você continua me escrevendo. Mas dinheiro não é bom para nenhuma relação, atrapalha e além do mais prefiro pensar que você gosta de mim como pessoa, a nível de ser humano, não apenas como uma senha. Bjss e até amanhã. Fê_molhadinha, querida olha entendo a sua tentativa de provocar em mim sentimentos e paixões até então imagináveis, mas assistindo aos vídeos que me mandou (vi só metade porque não pude colocar o número do meu cartão crédito para ver o resto), acho que sou muito careta para você. É sou... desculpa, m

Cara nova, problema velho

Percebi que ano passado, em 2014, escrevi apenas um post. O ano inteiro e eu me dei ao trabalho de escrever apenas uma vez. Péssimo. Isso sim é um abandono. Estou cumprindo tabela ao mudar o visual do blog, como faço todos os anos, apenas para manter a tradição e o meu canto particular na internet. É como um paulista que tem um terreno na Bahia, sonhando com o dia em que vai conseguir finalmente largar tudo e morar lá. Por enquanto é apenas um pedaço de terra cercado. O exemplo se aplica muito ao blog. Um dia sonho em alimentá-lo com muitos textos, conteúdo interessantes e que tocar o coração das pessoas. Um dia... quem sabe quando eu me aposentar da vida corrida que levo... um dia quando não passar 12 horas sentada na frente do computador escrevendo. Um dia quando tiver tempo para pesquisar temas e achar, todo santo dia, algo relevante para postar. Um dia... quem sabe... talvez. Por enquanto o que posso oferecer é apenas a manutenção da cerca. Tenho o projeto construído na minha cabeç