A Flip que virou Clip

Luiz Fernando Verissímo entrevistou o dramaturgo inglês Ton Stoppard na Flip e começou a mesa agradecendo a CLIP... Na hora ninguém entendeu, depois ele emendou: Congresso Literário Internacional de Paraty... E acho que todo mundo sabe a diferença entre uma Festa e um Congresso. Este ano a Flip realmente estava muito chata... Fora alguns bons momentos proporcionados por Richard Price, David Sedaris e Neil Gaiman... O resto foi uma coleção de encontros desastrados... Os mediaores não combinavam com os escritores e em muitos momento queriam aparecer mais fazendo questionamento que levantavam a "semântica do rabo da tartaruga na escala dos tufões"... chato... em algumas mesas foi muito complicado se manter acordado. Lucrécia Martel e João Gilberto Noall estabeleceram o que pode-se dizer da não conversa.... Um não tinha nada com o outro e o mediador não se preocupou em encontrar um ponto de conexão... A tal união entre literatura e as outras artes ficou só na intenção... E o Machadão grande homenageado da festa foi literalmente expulso da praça da Matriz porque estava incomodando... Quase nenhum dos escritores, na sua maioria estrangeiros, tinham qualquer conhecimento sobre Machadão... E ele ficou confinado numa exposição (bonita), numa mesa (sem Nelida Pinon???) e numa apresentação estranha a noite... Esta é a minha quarta Flip... fiquei bem triste. Sinceramente não gostei... a gente aprende, ouve pessoas, discute, descobre coisas... Mas é inevitável não fazer comparações... Não teve a festa da tenda para o povo... uma tradição que unia pessoas... Todos os eventos eram na sua maioria exclusivos, com nomes na listas e credenciados... Eu tinha credencial... Mas conhecia pessoas que não tinham... Enfim o que normalmente é chato, o Sarau do Príncipe falaram que foi legal... Fim dos tempos?? Neil Gaiman trouxe um trupe diferente para Paraty... Seus fãs vestidos de preto e cabelos coloridos mudaram um pouco o tom chic-elegante-caras-aparecer das ruas de Paraty que aliás não foram feitas para saltos... Mesmo os saltos Manolo Blahnik... A oficina literária da qual participei também foi mais uma frustação.... Mas bom: comi no restaurante argentino preferido, bebi cachaça, resolvi o problema do mundo numa conversa animada com amigos queridos, eu e Lara voltamos de Paraty lavando a alma com o nosso grande amor: Chico Buarque a todo vapor e no último volume...

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