Paixão segundo GH

trechos que me dizem muito.

"O que os outros recebem de mim reflete-se então de volta para mim, e forma a atmosfera do que se chama: eu. O pré-climax foi talvez até agora a minha existência. A outra - a incógnita e anônima -, essa outra minha existência que era apenas profunda, era o que provavelmente me dava a segurança de quem tem sempre na cozinha uma chaleira em fogo baixo: para o que desse e viesse, eu teria a qualquer momento água fervendo."

"Da-me tua mão desconhecida, que a vida está me doendo, e não sei como falar - a realidade é delicada demais, só a realidade é delicada, minha irrealidade e minha imaginação são mais pesadas."

"Todo caso de loucura é que alguma coisa voltou. Os possessos, eles não são possuídos pelo que vem, mas pelo que volta. As vezes a vida volta. Se em mim tudo se quebrava à passagem da força, não é porque a função desta era a de quebrar: ela só precisa enfim passar pois já se tornara caudalosa demais para poder se conter ou contornar - ao passar cobria tudo."

"E a mim - quem me quereria hoje? quem é que ficara tão mudo quanto eu? quem, como eu, estava chamando o medo de amor? e querer, de amor? e precisar, de amor? Quem, como eu, sabia que nunca havia mudado de forma desde o tempo em que haviam desenhado na pedra de uma caverna? e ao lado de um homem e de um cachorro."

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